Dia 07 de Janeiro DIA DA LIBERDADE DE CULTO e 21 de Janeiro DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO


RELIGIÃO EM TODAS AS CULTURAS

Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas. Grande parte de todos os movimentos humanos significativos tiveram a religião como impulsor, diversas guerras, geralmente as mais terríveis, tiveram legitimação religiosa, estruturas sociais foram definidas com base em religiões e grande parte do conhecimento científico, "filosófico" e artístico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a maior parte da história da humanidade estiveram vinculados ao poder político e social. Hoje em dia, apesar de todo o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anteveram seu fim. Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, a Religião é parte integrante e inseparável da cultura humana, é muito provavelmente sempre continuará sendo.

Xintoísmo

O Xintoísmo, O Caminho dos Deuses, é uma religião praticamente restrita ao Japão. Sua origem remonta ao tempo em que os japoneses desenvolveram a Agricultura e formaram aldeias com rituais agrícolas, especialmente relacionados ao cultivo do arroz. Aos poucos, desenvolveu-se a crença em muitos deuses, assim como o culto aos antepassados. Acreditava-se que esse culto poderia purificar as almas dos mortos e até mesmo transformá-los em deuses ou guardiões das famílias. Dizia-se também que os deuses residiam temporariamente em xintais, locais de adoração como rios e montanhas. Dessa forma começou a adoração do monte Fuji.
Com a introdução do Budismo no Japão, no sexto século D.C., o Xintoísmo se organizou como religião, antes era apenas uma espécie de atmosfera religiosa de que todos tinham consciência, mas não percebiam como uma forma de culto distinta das de outros povos. No sétimo século, a família imperial unificou o país e oficializou o Xintoísmo como religião nacional. A deusa-sol foi considerada a divindade máxima e se pregou que o Imperador era seu descendente, consolidando dessa forma sua supremacia.

Festividades e rituais

Xintoísmo permaneceu como uma religião muito simples, sem uma teologia específica ou escritos divinamente inspirados (embora houvesse escritos religiosos). O essencial é viver em harmonia com os deuses e a Natureza, assim como preservar a ordem nas comunidades. A fim de manter sua união com os deuses, porém, os xintoístas devem ser purificados através de rituais presididos por sacerdotes. Esses rituais capazes de limpar a alma de seus pecados se tornaram outra característica fundamental do Xintoísmo, sendo condição para participar das festividades e receber as bênçãos dos deuses.

Sincretismo

Sendo uma religião simples e pobremente estruturada, o Xintoísmo logo se fundiu com as outras grandes religiões orientais, especialmente o Budismo. Os monges budistas conseguiram esse sincretismo através de práticas ascetas em montanhas, que eram consideradas moradas dos deuses. Nelas se construíram santuários. Entretanto, a crença nas divindades locais se fortaleceu imensamente quando duas invasões mongóis foram detidas por ventos que sopravam do leste - os ventos divinos ou kamikazes.

Escritos sagrados

Essa teologia mista se tornou a base para fortalecer o Imperador e derrubar os senhores feudais, os xoguns, que estavam constantemente em guerra, movimento conhecido como Reverencie o Imperador. Com o restabelecimento do governo imperial em 1868, o Xintoísmo foi promovido a religião estatal e o Imperador mais do que nunca se tornou divino em função de sua descendência da deusa-mãe. Em 1882, foi redigido o Rescrito Imperial pra Soldados e Marujos, um texto que ensinava a meditação diária dos militares e foi considerado divino porque emanado do Imperador. A ele se somou o Rescrito Imperial sobre Educação em 1890, que se tornou a Bíblia dos japoneses e solidificou o culto divino do Imperador como base da educação japonesa.

Missão religiosa

De posse de todo esse conteúdo religioso ultranacionalista, os japoneses passaram a se ver como uma nação privilegiada pelos deuses e se lançaram à causa da expansão do Grande Japão, a terra dos deuses, por todo o mundo, campanha esta que culminou na Segunda Guerra Mundial.
Como Motoori havia ensinado total submissão à Divina Providência, os japoneses confiaram no seu deus vivo, na sua nação divina, nos ventos divinos e na sua missão de conquistar o mundo. Com a derrota na guerra, perdeu-se a fé no Imperador e o Xintoísmo desmoronou. Hoje não se sabe quantos japoneses são xintoístas, a maioria não se declara xintoísta, mas é fato que o japonês continua seguindo muitos costumes da religião, especialmente as festividades.

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